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A rosa do amanhã

  • Foto do escritor: Rafaela Chor
    Rafaela Chor
  • 27 de out. de 2023
  • 1 min de leitura

Não havia nada além de poeira e destroços por onde Ana andava. A menina, já cansada, descia ao chão e amarrava na mão o último pedaço de tecido que encontrou no hospital abandonado da cidade. O ferimento era profundo, porém, ela sobreviveria.


Antes de se levantar, Ana avistou mais a frente um livro aberto com as páginas passando com a força do vento. Sem hesitar, a menina correu até o local e encontrou a obra intitulada de “A rosa do amanhã”.


A capa estava empoeirada e esbranquiçada, as páginas, um tanto puídas, mas era possível ler algumas frases. Outras partes, estavam censuradas, riscadas de preto.


Ana então pegou o livro e o levou para seu esconderijo. Abriu-o na primeira página e começou a decifrar o enredo a partir das partes não rabiscadas. Era uma sensação estranha não saber exatamente do que se tratava a história original, mas ela estava empenhada em fazer daquela a sua própria versão.


Horas se passaram e Ana ainda estava na página 25. Ler um livro com atenção já é um processo trabalhoso, mas ler um livro censurado pela metade é quase uma tarefa impossível.


O sol se pôs e a menina havia descoberto apenas que se tratava de um romance que falava de uma poeta imortal que viveu por várias gerações, e que ela levava sua poesia para as pessoas com o decorrer dos séculos.


Ana era escritora quando o mundo ainda era mundo. A menina, naquela noite, dormiu abraçada com o livro e com o resquício de poesia que ela poderia encontrar naquela realidade.





 
 
 

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