Às pessoas diferentes
- Rafaela Chor
- 21 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 22 de fev. de 2023
Às vezes, tudo o que você precisa é de um abraço. Algo que te traga conforto para enfrentar o dia que virá amanhã ou o que você está vivendo hoje.
Decerto, uma demonstração de carinho e afeto não faria mal a ninguém, pelo contrário, traria pessoas juntas para que pudessem desfrutar de um momento de cuidado para ambas as partes.
Sentir que você não faz parte de algo é uma das piores sensações que você pode ter. Ser diferente do resto das pessoas não te torna a pessoa mais popular do mundo e isso dói.
Por isso, este texto vai para aquelas que são diferentes, aquelas que, assim como eu, se sentem à margem do que é considerado comum ou do que é gosto popular.
Ser diferente não te torna pior nem melhor que alguém, apenas mais peculiar. O mundo rema para um lado enquanto você tenta remar para o outro com medo que a correnteza te carregue.
É como se você enxergasse o mundo através de outras lentes e tudo bem enxergar de forma diferente. Você tem seu próprio jeito de decifrar estímulos, sejam eles sonoros, físicos ou visuais.
A vida é mesmo um mar de ações e reações que podem desencadear em qualquer tipo de impulso. Você não precisa ter medo do que as pessoas vão pensar caso você aja de maneira diferente.
Pelo contrário, eu acredito que as pessoas diferentes são as mais surpreendentes do mundo. Nadar contra a corrente não é nada fácil e digo isso com experiência própria. A cada dia é uma batalha para tentar se encaixar num lugar no qual eu não pertenço.
E por que ainda tentamos nos encaixar em quadrados que não fazem parte de quem somos?
Porque nadar sozinho é solitário. A não ser que você encontre outras pessoas para começar a nadar ao seu lado contra a corrente, tudo é um processo doído e vagaroso.
Eu acredito que, aos poucos, devemos parar de tentar caber onde não nos tem espaço e vamos dar início ao processo de autoconhecimento e respeito por si próprio.
Não vale a pena performar um teatro para tentar ser outra pessoa, pelo menos foi o que concluí a partir das minhas experiências. Aconselho que se baseie nas suas para decidir qual é a melhor trajetória para você.
A verdade é que nós, as pessoas diferentes, não sabemos por onde começar a ser nós mesmos, pois há um medo predominante e uma sensação de burlar a lei social que nos deixa inseguros com o processo.
O meu conselho é que, aos poucos, tente desvendar o que te torna diferente e compreender os motivos pelo qual você é. O próximo passo é a aceitação, é abraçar a si mesmo quando o mundo em si não pode fazer isso.
O seu abraço é o mais importante que você pode receber. Não desmerecendo os das outras pessoas, mas é que o amor próprio é o mais difícil de ser cultivado, o amor pelo outro tende a tomar forma de maneira mais natural.
A partir do momento em que você coloca o amor próprio em primeiro lugar, a vida parece fluir de maneira mais natural. Mas não se esqueça que esse processo não ocorre do dia pra noite e não é uma crescente.
Ele vem quando sente que deve vir e tem dias que você simplesmente não o sentirá. E tudo bem, contanto que você reconheça isso e tente senti-lo novamente no dia seguinte.
Caso se sinta só, lembre-se que tem pessoas como eu e você espalhadas pelo mundo inteiro. As pessoas diferentes estão por todas as partes, basta você ter olhos para enxergá-las assim como você quer ser visto.

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